- Na tradição filosófica antiga, bem como na da gramática gerativa, a língua é uma realidade natural;
- Para outras correntes, como Sapir e outros (além da própria gramática gerativa), ela é de natureza mental;
- Para grande parte dos linguistas atuais, tais como os sociolinguistas e os analistas do discurso, ela é eminentemente social.
- Para as neurociências ela parece ser biopsíquica; Saussure disse explicitamente que ela é psicossocial.
Na verdade, ela é tudo isso ao mesmo tempo. Cada uma dessas correntes de pensamento vê apenas um lado da língua. Ela é uma realidade biopsicossocial.
- Esses modelos parciais fazem perguntas parciais, motivo pelo qual obtêm respostas parciais.
1) Alguns filósofos antigos perguntavam se a língua era uma realidade da natureza. A resposta que obtinham era afirmativa;
2) A gramática gerativa pergunta se ela é uma realidade mental: a resposta é de que sim, ela é uma realidade mental;
3) Sociolinguistias, analistas do discurso e interacionistas em geral, entre outros, indagam se ela é de natureza social, obtendo resposta afirmativa.
A ecolinguística vê a língua como uma totalidade biopsicossocial, ou seja, como apresentando uma faceta natural, outra mental e uma terceira social.
O conceito de biopsicossocial não é muito comum nos estudos linguísticos. Na verdade, eu nunca o vi sendo empregado nesse contexto. Na área de saúde, porém, ele é bem frequente. Aí ele indica que se encara o paciente de modo holístico, como sendo um todo biopsicossocial. Em algumas psicoterapias também ele é usado.
O "bio" de "biopsicossocial" quer dizer "biofísico".
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